[CRÔNICA] A Fábula da Mudança

Com quase 26 anos nas costas e muitos socos na cara que a vida deu, é difícil imagina que a esta altura fábulas ainda me pareçam possíveis realidades.

A fábula que eu conto aqui é sobre as ações que a Fórmula 1 tanto anunciou que iria realizar para dar vozes a minorias dentro desse esporte.

Eu acreditei na fábula e hoje me decepciono, talvez nem tanto quanto Lewis Hamilton que vive esse conto no seu próprio dia a dia. Contudo, é claro como água que efetivamente a categoria não fez nada até agora e pelo que o hexacampeão anunciou em entrevistas e publicações em redes sociais, eles nem estão dando espaço para o mesmo fazer isso.

A transmissão já evita focar em qualquer ato que mande uma mensagem, equipes estão usando de símbolos mundialmente conhecido de uma causa (arco ires LGBTQ+) para outra (luta contra a COVID?), ao mesmo tempo que pilotos que no início apoiaram a campanha já estão questionando “até quando” eles vão ter que fazer aquilo.

De fato, fica difícil pedir consciência por parte desses pilotos sendo que na bolha deles aquilo não existe, ao mesmo tempo que a categoria ainda é comandada por uma elite que pouco se importa (citando diretamente Jean Todt, presidente da FIA, que caiu na falácia de “all lives matter”). A mudança efetiva poderia começar a partir daqui!

Hamilton comentou no último domingo (19) que além de conversar separadamente com todos os pilotos tentando conscientiza-los está tentando marcar reuniões com FIA e F1 ver o que de verdade eles estão abertos a fazer, mas é difícil imaginar que ele sozinho vá mudar tudo isso.

“We race as one”, mas depende.

A conclusão inegável é que, eles nunca tiveram que lidar com isso, eles não sabem faze-lo e estão começando a se arrepender. É uma questão de Lewis Hamilton se aposentar, virar as costas e a categoria fingir que nada aconteceu.

O que abre a porta para outra questão: se tendo um representante do movimento negro como maior estrela do esporte, eles não estão conseguindo fazer uma campanha efetiva sobre, quando a Fórmula 1 vai (e se vai) tentar algo de novo em relação a qualquer outro movimento?

Parece impossível!

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