Eu tinha 21 anos, estava no meu último ano da faculdade de jornalismo, trabalhava na Secretaria Municipal de Esporte de Curitiba. Fã de Fórmula 1 desde os 12 anos era meu direito como pessoa ter opinião pessoal e a liberdade de expô-la.
Foi o que eu fiz em uma página sobre Fórmula 1 no Facebook, e como naturalmente acontece, existem aqueles que concordam e discordam do seu ponto de vista, os comentários eram todos saudáveis, até um homem chegar e achar que tinha algum direito de rebaixar uma pessoa devido ao seu gênero.
O comentário que eu recebi foi “pare de comentar sobre F1 e vá lavar uma roupa que lá é seu lugar”.
Eu fiquei sem reação alguma de primeiro momento, mas depois a raiva veio em avalanche e eu chorei tudo que podia, eu fui atingida por uma pessoa que nunca tinha ouvido falar e que impôs uma condição a mim.
Eu não podia opinar sobre Fórmula 1 porque eu era uma mulher.
Eu e tantas mulheres provamos diariamente o quanto essa afirmação é INCORRETA.
Se passaram quatro anos daquele episódio, e tem dias que eu fico receosa em comentar em determinadas conversas com medo de ler tamanha atrocidade de novo.
Foi por esse motivo que eu criei a Garota da F1, que é minha prova diária que eu posso fazer o que eu quiser e meu papel como mulher na sociedade é tão importante quanto a de um homem.
Longe das redes sociais a figura muda de tom, em arquibancadas nos mulheres lutamos contra o assédio e a importunação de homens que não entendem que estamos lá para torcer e não flertar.
Campanhas vem surgindo, as mulheres vem se mostrando e cada vez mais nossa presenca será confirmada!
Não se acanhe mulher, nossa luta por respeito é todo dia!
(Espero um dia ler este texto e ver que a realidade que vivemos hoje, não existe mais).
Parabéns para todas nós, não só dia 8 de março, mas TODOS os dias.
Olha, sendo sincero. Fui nos dois últimos GP do Brasil e não vi NINGUÉM assediando alguma garota nas arquibancadas. Muito pelo contrário, pessoal estava se respeitando mutuamente e cada um tinha sua turma pra poder conversar numa boa. E outra, ignore os haters. Qualquer um que faz algum sucesso, criticado gratuitamente e isso não tem a ver com gênero. A partir do momento que vocês tomarem atitude e mandar essa ruma de bebados tomar no cu ao invés de ficar choramingando na internet. As coisas vão mudar, nem todo mundo vai ao autódromo pra ficar assediando mulher na arquibancada (inclusive estou cagando um monte pra quem vai, meu foco é na corrida) e não compactua com essa prática. As críticas são válidas: com certeza. Só nao fique se fazendo de vítima pra querer lacrar.
Olá Pierre, senti que você ficou incomodado com o meu papel de fala, bem se fosse só xingar alguém para “afasta-lo” assedio, nem estupro, nem agressão contra mulheres aconteceriam! Eu to lacrando muito com o MEU TRABALHO, que você provavelmente não deve acompanhar se não, não tiraria tal conclusão. Se VOCÊ não viu qualquer tipo de importunação, que coisa maravilhosa! porém duvido que você estivesse de olho nas mais de 100 mil pessoas que ali assistiam a corrida.
E não é hater, é homem que não consegue ver mulher sendo forte e tendo opinião própria.
Obrigada pelo comentário, espero ve-lo aqui em outras publicações!