Lewis Hamilton e a desigualdade da Fórmula 1

Já estamos cansados de saber o quanto a história do tetracampeão mundial de F1, Lewis Hamilton, é de grande inspiração para todos. Se você não a conhece, lhe trago um pequeno resumo.

*é de extrema importância ler o seguinte texto  com a mente aberta, livre de qualquer pré-conceitos criados por você como individuo. O conselho ajuda para que a leitura flua de uma boa forma.*

Menino do interior da Inglaterra, negro, de família estavél financeiramente, mas sem grandes privilégios. Lewis Hamilton desde que lembra sonhou em ser um piloto de Fórmula 1 e sempre se destacou na atividade. O pai Anthony Hamilton, tinha um emprego que assegurava a Lewis, sua madrastra e seu pequeno irmão uma vida tranquila, mas o sonho de Hamilton era grande demais, Anthony largou de seu emprego e se dedicou a outros três, dessa forma o dinheiro dava ao filho a possibilidade de correr de kart.

Durante esse tempo, Lewis sofreu quieto com o racismo, em uma entrevista ou outra o menino relatava o quanto aquilo lhe fazia mal.

Enquanto seus colegas de pista tinham carros financiados com grande dinheiro, Hamilton corria em carros usados, sofria com o racismo e ouviu de médicos que seu irmão teria que amputar as pernas devido a sua paralísia cerebral.

Vocês podem pensar que seria mais fácil desistir, e seria!

Contudo, ele não o fez, venceu campeonatos, foi apadrinhado e hoje é uma das maiores lendas do automobilismo, as pessoas gostando ou não.

O fato é: quantos outros meninos como ele conseguirão chegar a esse nível? Parece que na Fórmula 1 quase nenhum.

 

Hamilton (1995) | @ChrisDixon

 

Depois de onze anos, Hamilton fala abertamente com seus seguidores sobre sua frustração de não encontrar qualquer outro negro circulando pelos bastidores da categoria, seja trabalhando como engenheiro, mecânico, jornalista, diretor, ou qualquer outro cargo de alto escalão.

A primeira queixa/incentivo foi por meio de um storie em seu instagram pessoal:

Storie no Instagram | 22 de março

Nele o piloto reclama de que em onze anos nada mudou na F1, ele continua sendo o único negro ali. Na gravação ele mostra os bastidores do GP da Austrália. Em paralelo a reclamação, o inglês dá um empurrão “não importa sua etnia você pode fazer isso”.

Talvez o retorno tenha sido tão positivo que Hamilton decidiu falar de forma mais clara ainda em uma postagem no instagram.

 

Os momentos reais da vida acontecem quando você sai de sua zona de conforto. Quando eu era pequeno, eu lembro que eu e meu pai eramos os únicos negros que iam a pista competir. Nós seguimos nossos corações e pulamos no desconhecido com tudo o que tinhamos. Eu atribuo muito dos feitos na minha vida por momentos como esse, onde eu sai da minha zona de conforto. Se eu posso, você também pode.

E não pense você que o comentário do piloto é alguma forma de vitimismo ou para chamar atenção, como a sociedade está começando a intitular. Hamilton mais que ninguém, sabe como foi duro chegar onde está e o quanto deve ser frustrante não ver outros que tenham conseguido enfrentar tantas dificuldades.

Não são só pessoas brancas que sonham em chegar na Fórmula 1, e talvez até por uma falta de imagem muitas pessoas se sentem desconfortáveis em tentar! Colocando em uma balança, existem as questões históricas, a familiar, a financeira e até de representatividade que barram essas pessoas. Lewis Hamiton é a ponte e demorou muito para perceber isso, mas agora que notou talvez faça a diferença que ele sempre foi!

 

 

 

 

 

 

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