(PÓS-CORRIDA) O que Canadá tem a dizer?

Ufa! Esta tarde deu o que falar.

Já era esperada uma possível reação da Ferrari no circuito de Montreal devida a suas longas retas, e foi isso mesmo o que aconteceu. Sebastian Vettel tirou tudo que pode do terceiro setor no treino classificatório e conquistou sua primeira pole da temporada. Lewis Hamilton se manteve na primeira linha e Charles Leclerc fechou os três primeiros.

Não só isso, mas Max Verstappen vinha como promessa de escalar o pelotão e Daniel Ricciardo colocou sua nada boa Renault em quarto lugar.

A corrida prometia, e a promessa foi cumprida, mas com um gosto amargo.

Para quem viu ou leu sobre a corrida já sabe ao que me refiro, mas isso dá muito texto para pouco espaço, então será meu último assunto neste relato.

Hoje merecendo um paragrafo próprio, Lance Stroll vai ser citado por pontos positivos: dentro de casa o piloto chegou a frente do companheiro de Racing Point na nona colocação e registrou uns pontinhos para o currículo.

Verstappen realmente fez o que lhe foi possível! Chegou na quinta posição, atrás apenas das duas principais duplas, enquanto Pierre Gasly fez a mesma pobre atuação de sempre, e desta vez nem a volta mais rápida deu.

Dando continuidade a segunda temporada de Drive to Survive, Ciryl Abiteboul ganhou a rodada da vez contra Chris Horner, e além de um melhor desempenho no quali, também colocou seus dois pilotos lado a lado. Ricciardo terminou em sexto, e um chateado -para ser leviana- Nico Hulkenberg terminou atrás, depois de ser vetado pela equipe de ultrapassar o australiano, que mais lento também poderia perder a posição para Gasly.

Talvez o pedido da equipe não tenha feito sentido para o alemão, mas quem acompanhou o final de semana sabe o grande trabalho feito por Ricciardo em Montreal. E já puxando o gancho de bom trabalho, ele esquentou as coisas em uma bela disputa contra Valtteri Bottas. Mesmo com um carro inferior, o piloto segurou por muito tempo o finlandês, mas com uma Renault não se faz milagre.

Ricciardo x Bottas (Foto: Reprodução)

Bottas foi uma grande decepção desde sábado, ficou nítido que o piloto não lida bem com um problema e demora muito a reagir, depois de quase bater no treino classificatório, Valtteri não conseguiu dar uma boa volta e largou apenas em sexto! Durante a corrida pouco fez, mas aquela volta rápida que Gasly não conquistou, foi Bottas que levou.

Se o finlandês não soube fazer um bom trabalho, a equipe da Mercedes em contra partida fez e muito bem! A estratégia foi a ideal e os engenheiro de Hamilton pegaram no pesado antes da corrida para corrigir um problema hidráulico no carro 44.

Ajustado tudo, o inglês não encontrou problemas em guiar até a bandeirada, foi sua sétima vitória no Canadá, a primeira da carreira foi nesse mesmo circuito em 2007. Contudo, ele não pode comemorar e o gosto foi extremamente azedo.

O momento crucial da corrida foi esse aqui:

Enquanto era pressionado constantemente por Hamilton, Vettel errou o passe e se perdeu na grama, na volta ele se encontrou com o inglês e esse movimento lhe custou a vitória.

Os comissários decidiram por dar cinco segundos de punição ao alemão, que passou as dez voltas finais discutindo a situação por rádio com a equipe. Já a Mercedes solicitava que Hamilton continuasse na mesma pegada, afinal a vitória ia cair no colo, mas sem pretensão de ganhar corrida a base de regulamento, o pentacampeão tentou uma ultrapassagem contra tetra até o final.

No pódio o ar ficou pesado, mas de todo o mal também foi visto belos gestos por parte de ambos os envolvidos.

Toda a situação gerou comentários por parte de fãs, jornalistas e ex-pilotos. Particularmente acredito que a situação vai mais a fundo da injustiça contra Sebastian Vettel. A FIA (Federação Internacional de Automobilismo) tem que decidir sobre suas punições: ou segue o regulamento igualmente ou não pune ninguém.

Em paralelo a toda a situação chata, o Canadá foi até agora a corrida mais emocionante da temporada, teve de tudo um pouco, boas ultrapassagens, abandonos, disputas e muita ação.

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