Ufa! Por fim essa jornalista aqui tem condições de produzir algo para vocês. Foi só nesta quarta-feira, 17 de novembro, tudo começou a ficar mais real.
Este é o quarto ano que vou a um Grande Prêmio do Brasil (agora São Paulo) e nenhuma dessas vezes o final de semana foi ruim, pelo contrário, todos incríveis! Contudo, o de 2021 vai ficar marcado por uma sequencia de fatores, desde o momento brutal que vivemos como humanidade e nação até o que aconteceu em pista.
Devido a pandemia acabei não comprando o ingresso para ir a corrida, faltando um mês para ela acontecer ganhei de presente a entrada (e estou agradecendo a cada minuto do meu dia os envolvidos nisso).
Foi um balsâmico, depois de quase dois anos presa em casa, saindo apenas para ir trabalhar, poder pegar um ônibus, viajar por seis horas até São Paulo (sou de Curitiba), rever amigos, conhecer pessoalmente outros e respirar Interlagos mais uma vez.
Só isso já faria o último final de semana algo especial. Porém, eu não contava com a força sub-humana que Lewis Hamilton iria colocar em pista, ele realmente pegou a energia do lugar, do publico e de seu ídolo e arrebentou. Acompanhei seus 15 anos na categoria e não lembro de ter visto algo tão brilhante.
A surpresa começou com o ritmo da Mercedes, cheguei para a corrida acreditando que a Red Bull Racing ia se distanciar na luta do título, mas não. Hamilton conseguiu a pole position para a sprint com muita autoridade. Então veio a desclassificação, que dentro da equipe pareceu injusta, em vista que o problema era minúsculo (literalmente, uma coisa de 0,02mm) e não foi propositalmente causado.
Mais uma vez pareceu-me um cenário favorável a Verstappen, que sempre correu com muita propriedade no Brasil e ainda tinha seu rival direto largando de último em uma corrida de 24 voltas.
Contudo, não se pode duvidar de um heptacampeão e eu já deveria saber disso, em meia hora ele de último chegou em quinto! Mas largaria em décimo devido a uma troca de componentes no motor que lhe custou cinco posições.
Aquela altura era mais fácil imaginar que as coisas poderiam dar certo para Hamilton depois de tudo que ele fez.
E não é que ele ganhou a corrida?
E como disse Felipe Massa, que entrevistava os pilotos no pós-corrida, o britânico não foi o piloto do dia e sim do final de semana.
Para concluir ele ainda me pega a bandeira do Brasil dando uma volta na pista com ela e subindo no pódio com a mesma! Foi pura emoção e gratidão por um presente que todos nós como sociedade, tentando superar um de seus episódios mais difíceis, ver uma estrela tão grande levantar nossa nação.
O campeonato segue apertado e com uma disputa lindíssima, cheio de finais de semanas incríveis, mas posso ser um pouco tendenciosa e puxar sardinha para o GP na nossa casa e dizer: foi o MELHOR do ano.