Na última semana, Mattia Binotto deu declarações sobre certo interesse da Ferrari em investir em garotas na Drivers Academy da equipe, que até hoje só contou com a presença de homens.
Em primeiro momento muitos aplaudiram a afirmação do chefão. Contudo, a quem realmente interessa – as atletas dentro automobilismo – a “promessa” foi vista como puro marketing por algumas.
A presença das mulheres na categoria se tornou uma pauta urgente e cada vez mais possíveis candidatas estão surgindo para esse cargos, mas é de maior importância colocar alguém de forma autêntica e que abra as portas para as mulheres não só competirem em algumas corridas e sim permanecerem em futuros campeonatos.
E a proposta do chefe da equipe mais tradicional do automobilismo não convenceu a todas.
A alemão Sophie Floersch, que corre pela Fórmula Regional Europeia, criticou a fala de Binotto pelas redes sociais, “Enquanto estivermos apenas com pautas de marketing nas corridas, nada mudará! Temos que mostrar que somo iguais, questão de conceito”.
Em contrapartida, a CEO da W Series Catherine Bond Muir, gostou das intenções da academia da Ferrari, “sei que eles entraram com a discussão apenas nas mídias sociais, mas devemos lembrar que a um ano atrás não havia muitas mulheres envolvidas no automobilismo de alto nível … Não acho que seja só um plano de marketing”.
Em paralelo a toda essa discussão, uma das estrelas do momento e a primeira campeão da W Series, Jamie Chadwick, deu uma forte declaração sobre seu desejo de provar que mulheres estão ao mesmo nível que os homens dentro do esporte ao motor, “o objetivo principal é chegar à Fórmula 1… quero faze-lo com base no meu mérito. Acho que com a oportunidade certa e o apoio certo chegarei lá. E não é só para mim, é para todas as mulheres. Competir na Fórmula 1 é algo que eu quero provar que podemos fazer”.
Marketing ou oportunismo de Binotto, ninguém sabe afirmar com certeza, mas a pauta deve ser mantida nos diálogos entre expectadores, pilotos e principalmente ente os representantes da Fórmula 1 .