Desde que o heptacampeão, Lewis Hamilton, lançou a cobrança em cima da Fórmula 1 e FIA por mudanças e igualdade dentro do esporte, as pessoas acreditam na falsa ideia que “boicotar” corridas é a melhor forma de protesto, colocando até como hipocrisia os pilotos se manifestarem e mesmo assim participarem do Grande Prêmio.
Em caso de um boicote a coisa é simples: o piloto vai ser substituído e fim! Talvez em países mais abertos possa gerar um debate sobre o motivo, mas não é exatamente essas pessoas que os pilotos querem atingir completamente.
O silêncio não combate nada, muito menos ficar em casa em vez de estar gerando ações.
Mais de uma ano depois, ainda se fala sobre o momento que Hamilton subiu no pódio do Grande Prêmio em Mugello ocultando todos os patrocinadores (dele e da Mercedes) pedindo justiça pelo assassinato de Breonna Taylor. A ação não só cutucou quem tinha que cutucar, como gerou um aumento de pesquisas sobre a jovem assassinada em casa pela policia estadunidense, muitos passaram a saber do caso por conta daquela camiseta.
Teria gerado um impacto maior ele ter ficado em casa? Acredito que não!
Neste final de semana a Fórmula 1 corre na Arábia Saudita, um país que tem na lei a pena de morto a comunidade LGBTQ+ e que ainda oprime suas mulheres. Para eles seria de total interesse que Lewis Hamilton, Sebastian Vettel e Mick Schumacher não aparecessem na corrida, são três pilotos que incomodam o conservadorismo dessa nação.
Ou seja, o melhor é fazer o contrário. Um aparecer na coletiva com uma pulseira de arco-íris e uma camiseta das mesmas cores e com sua marca pessoal nas redes sociais. Outro obrigar a transmissão local a gerar imagens da bandeira LGBTQ+ em seu capacete, e o terceiro a promover corrida de kart com meninas que só tiveram o direito de dirigir em seu país em 2018!
Isso atribui, incomoda, vira discussão e assunto e é isso que o mundo precisa!
Então se eles tem que correr nesses países (e não podemos excluir as problemáticas no nosso e dos países europeus e americanos também!) que seja expondo e não ficando em silêncio.