Existe o “bom perdedor” na Fórmula 1?

A pergunta é justa e não se enquadra apenas no maior esporte a motor do mundo.

Depois da última corrida em Silverstone, ainda é possível ver nas redes sociais e até imprensa, comentários sobre a atitude de Lewis Hamilton em não dar a entrevista pré-pódio e se refugiar na “sala verde”. O piloto diz que isso aconteceu devido ao fato dele ter perdido três quilos durante a corrida, então se refugiou na sala afim de se poupar para conseguir subir ao pódio e pegar seu trófeu de segundo colocado.

Contudo, o tetracampeão segue sendo visto como “mal perdedor”. O inglês perdeu em território inglês, após largar na pole position e ser atingido por Kimi Raikkonen na largada, fazendo o piloto cair para a última posição e ter que realizar uma prova de recuperação.

A questão que trago aqui no texto é bem simples: existe o “bom perdedor”?

E a resposta mais apropriada seria não.

Entrar em uma competição com pensamentos como “tudo bem se eu perder”, em condições naturaís, não levará a pessoa a vitória e nem a satisfação em momento algum.

No caso da Fórmula 1, existem vários outros vies externos que vão além da vontade, talento e força do piloto para conquistar um campeonato. Hamilton é um dos maiores exemplos de pessoas que não sabem lidar bem com a derrota, como o mesmo vive repetindo.

Em entrevista recente para o Podcast oficial da Fórmula 1 o “Beyond the Grid”, Hamilton disse que a F1 lhe deu vida, mas que também lhe quebra. E ai ele trata no sentido de frustração, ao colocar tanto trabalho duro e dedicação a uma corrida e ela não trazer um resultado  satisfatório.

Silverstone foi o caso claro do quanto a adrenalina pode quebrar o piloto em questão. Durante o treino classificatório, Hamilton quase perdeu de conquistar mais uma pole position na Inglaterra, mas em uma última volta, tirou o coelho da cartola. Em um video foi possível ver o como sua cabeça funciona sob pressão, a mão do inglês não parou de tremer após descer do carro.

No domingo a coisa não foi tão diferente, mas foi para o lado negativo. Além de perder a chance de uma vitória fácil, ver o ríval se distânciar no campeonato, Hamilton foi atacado pela mídia e fãs.

“mal perdedor”

 

Lewis Hamilton não foi o primeiro e nem será o último a sofrer com tal comentário. Existiu um tempo na F1, que algo como o que aconteceu com o piloto da Mercedes, seria motivo para socos e discussões bem mais acalorados, do que um simples negar de entrevista.

E houve um tempo que isso era motivo de aplausos.

Um bom perdedor não tem espaço para uma competição como essa,  cada um age como lhe convêm nessas circunstâncias, mas se equivoca quem acha que ser “uma mal perdedor” é uma ofensa.

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