Saia da sua bolha!

Se colocar no lugar do outro é mais que um processo de empatia, é um ato humano.

Assumir seus privilégios não faz de você uma pessoa ruim, pelo contrário. O momento é de sair da sua zona de conforto, talvez pela primeira vez, e usar desse privilégio.

O discurso aqui é velho: a Fórmula 1 é um esporte elitista e está cheio dos problemas, a maioria deles bem escancarados. É de sua escolha ignorar, aplaudir ou questionar.

Eu diria mais: esta na hora de todo mundo QUESTIONAR. Contudo, não são todos que estão prontos para esta conversa.

Neste domingo (31/05), mais um sem Fórmula 1, o hexacampeão Lewis Hamilton – alvo constante de ataques racistas desde a sua época de kart, até hoje por meio de redes sociais e perguntas infelizes de jornalista – publicou em suas redes sociais o quanto insatisfeito está em ver a comunidade em geral se calar diante de algo tão terrível quanto racismo:

“Eu vejo vocês que estão em silêncio, algumas das maiores estrelas, que, mesmo assim, ficam em silêncio em meio à injustiça. Nenhum sinal de ninguém da minha indústria que, logicamente, é um esporte dominado por brancos. Eu sou um dos poucos pilotos negros lá, mas mesmo assim eu me levanto sozinho. Eu achava que agora, após ver o que está acontecendo que vocês diriam algo sobre isso, mas vocês não nos apoiam. Saibam que eu sei quem vocês são e eu vejo o que vocês fazem…”.

A publicação gerou revolta, possivelmente de indivíduos que nunca tiveram sua “falta de ação” tão exposta. Talvez em vez de criticar um fato trazido a tona por uma figura de grande destaque como Hamilton, o correto seria se colocar no lugar dele e aprender.

Ser famoso, rico e bem sucedido não evita que um homem negro se sinta solitário, não evita que o mesmo não seja alvo deste preconceito. E muita menos evita que fique indignado com o silêncio dos outros.

Lutar contra o racismo estrutural não é “lacrar”, é uma necessidade.

É um direito!

(Esse texto é dedicado não só a George Floyd, mas também a Philando Castile, a João Pedro, a Ahmaud Arbery, a Breonna Taylor, a Tamir Rice, a Eric Garner, a Evaldo dos Santos, a Trayvor Martin, a Jonathan Ferrell, a pequena Agatha Felix e a todas as outras centenas de pessoas que perderam suas vidas por serem quem são).

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