(PÓS-CORRIDA) O que a Alemanha tem a dizer?

Foi uma corrida que vai ficar por muito tempo na boca do povo!

Em meio a dança das cadeiras -ou melhor- de posições, aconteceu muitas coisas, que chega a ser difícil citar todas com a devida atenção.

Então decidi resumir todo o Grande Prêmio de Hockenheim em uma palavra: decisão.

O resultado final veio da soma de decisões equivocadas e certeiras. Claro que outros fatores externos influenciaram, mas refletir sobre ações contou muito em pista.

O momento de troca dos pneus para macios e médios foi crucial, e talvez uma das decisões erradas. Charles Leclerc foi o primeiro a sentir na pele a consequência, ele perdeu o controle de sua Ferrari e bateu contra o muro. Fim de jogo.

Não deu nem tempo do publico refletir e Lewis Hamilton, conhecido por seu grande desempenho em chuva, escorregou no mesmo trecho. Ele perdeu o bico do carro, mas ainda conseguiu guiar sua Mercedes, que estava de festa hoje, até o box.

Outra decisão: o pentacampeão cruzou a grama para acessar o pit stop e não precisar contornar todo o traçado, foram cinco segundos de punição. Esperto, já que talvez o carro não chegasse inteiro para uma troca.

Com a surpresa pela chegada repentina de Hamilton, a equipe não estava preparada, foi um caus!

Hamilton ainda escapou duas vezes da pista e parou cinco vezes no box.

Entre as decisões certas, Sebastian Vettel foi o destaque! Largando em último o alemão soube aproveitar o momento, esperar as coisas acontecerem e manter o carro em pista.

Foi um corrida de redenção em casa. Vettel foi cirúrgico e comemorou a segunda posição como se fosse uma vitória.

Max Verstappen também soube se controlar. Depois de errar na largada e perder um pouco a calma na batalha contra Valtteri Bottas, o holandês recebeu um rádio da equipe “calma temos tempo”.

E realmente tinham. As atrapalhadas e confusões não afetaram o piloto e ele conseguiu sem problemas levar a Red Bull para mais uma vitória na temporada.

Diferente de Pierre Gasly, que depois da decolada de desempenho no Grande Prêmio de Silverstone, decaiu mais uma vez. Em mais um exemplo de decisões ruins, o francês tentou ultrapassar Alexander Albon a poucas voltas do final do GP e perdeu a asa dianteira, consequentemente furou o pneu.

Mais um abandono.

A dupla da Renault também não tem motivos para comemorar, Daniel Ricciardo foi o primeiro a sair da corrida, e nada tinha a ver com a chuva. Ele foi prejudicado pelo conjunto do carro, seu motor explodiu.

Já Nico Hulkenberg, que parecia pronto para conquistar por fim seu primeiro pódio na categoria, errou no mesmo ponto que Leclerc e Hamilton. Seguindo a onda do monegasco, ele ficou preso na brita.

Ainda havia um quarto piloto a errar naquele ponto, e ao meu ver o que mais tinha a ganhar nesta corrida, mas jogou a chance fora.

Enquanto Hamilton estava na última posição, Bottas lutava para conquistar a terceira colocação, a frente dele Lance Stroll. Ao forçar uma ultrapassagem, o finlandês errou e passou com o carro em um trecho ainda molhado: foi a batida mais forte da manhã deste domingo.

Se a decisão dele fosse manter a calma e esperar o momento certo, provavelmente teria chegado na segunda colocação, se aproximado do companheiro de equipe no campeonato e mantido sua vaga na equipe para o ano que vem.

Mas não foi isso que aconteceu.

O inglês -que trabalha direto com a conspiração universal- ainda ganhou de graça dois pontos cinco horas depois do fim da corrida. Foi descoberta irregularidades nos carros da Alfa Romeo e ambos os pilotos foram punidos. Hamilton pulou para nono lugar e Robert Kubica para décimo, um pontinho para a Williams no campeonato.

A festa da Mercedes virou um enterro e para a alegria do fã de automobilismo foi esta corrida que Toto Wolff liberou a Netflix de gravar os bastidores do time para a segunda temporada de Drive To Survive.

Vai ser um episódio e tanto.

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